O que é BPF? Quem precisa dele?

A competitividade bate a porta todos os dias. Seja por exigências de Instruções Normativas publicadas pelos Órgãos Competentes, seja por decisão de melhoria de processos, seja por exigência do mercado interno ou externo… enfim, algum motivo sempre está nos indicando a necessidade de desenvolvimento e implantação de uma nova ferramenta ou sistemática de trabalho. Por quê? Pra que? Porque o concorrente nunca dorme. E pra nos tornarmos melhores e mais competitivos, garantindo a continuidade dos negócios de maneira saudável e indiscutivelmente profissional.

Mas, essa sopa de letrinhas que o mercado criou? BPF, GMP, ISO, GMP+, APPCC, 5S’s (e tem até 8 S’s agora), e por aí vai!!! Isso é Gestão da Qualidade? Não. São ferramentas que em sintonia com um padrão de referência viabilizam o desenvolvimento e implantação de um sistema de gestão. E que tipo de empresa pode implantar? Qualquer uma que tenha um processo fabril, sem discriminação de tamanho ou atividade.

Vejamos o BPF. O Programa BPF (Boas Práticas de Fabricação), nada mais é do que um programa básico de condições mínimas de organização, limpeza e disciplina que tem por base alguns padrões de referência, podendo ser: IN 04 de 2007 (instrução Normativa) do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), onde são trabalhadas as implantações de 09 POPS (procedimentos operacionais padrões).

Também pode ter como referência o GMP Codex Alimentarius (esse padrão já mais complexo e reconhecido internacionalmente), onde é requerido o cumprimento de diversos requisitos desde a aquisição de matérias-primas, controle de qualidade no recebimento, produto em processo e acabado, armazenamento e entrega, considerando-se que todas as sistemáticas têm como principal objetivo evitar a entrega de produtos contaminados de maneira não intencional ao Cliente.

O BPF ou GMP (Good Manufactory Practice) também é um padrão de referência para preparação da Organização para posterior implantação do APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), no caso de empresas alimentícias, cuja referência e exigência é a Segurança Alimentar.

Além de garantir um processo de fabricação controlado e organizado, deve-se pensar: mas, qual é exatamente o principal objetivo deste padrão? O que a nossa empresa deseja alcançar? A resposta é simples: eliminação de despesas e redução de custos. Como?

Quando se tem especificações de matérias-primas, a qualidade destas interfere diretamente na qualidade do produto em processo e acabado. Se atender ao especificado, estatisticamente as chances de eliminação de reprocesso, retrabalho e descarte são muito maiores, reduzindo diretamente os custos de produção. E no caso de produtos acabados, além destes custos ainda considera-se a redução de custos de devolução e aumento da satisfação do Cliente (preservação da imagem da marca e da empresa). Isso só para começar.

Quando temos um padrão de execução das atividades definidas em procedimentos, erra-se menos, descentraliza-se inteligência, aumenta-se a qualificação dos funcionários e a fábrica de ideias começa a ocupar o lugar da antiga empresa. Uma empresa tradicional, engessada por paradigmas e sem perspectiva de crescimento, então, torna-se competitiva, inovadora e colaborativa!

Tem muito mais vantagens! Afinal, quem não mede… não gerencia!!!

Think about it!

Sérgio Cintra FeijóPor em 14 setembro, 2016