A perda da Competitividade pela subjetividade

Este curto texto me foi inspirado pela frustração que alguns Órgãos Governamentais impõem sobre à iniciativa privada, através da exigência de implantação e efetividade de determinados padrões de referência.

Você pode se perguntar: Mas, você é contra o padrão de referência? Está se referindo a burocracia? Estou estranhando, justo você.

Não, absolutamente não. Estou me referindo à subjetividade que domina o nível de entendimento de profissionais que estão sentados atrás de uma mesa, sem ter a experiência da competitividade e da necessidade de sobrevivência que permeia o mundo empresarial. Profissionais que são treinados em leituras de leis e padrões que foram escritos por meros burocratas sem vivência empresarial e mercadológica.

A intenção e objetivos dos padrões de referências são ótimos e necessários. No entanto, mal escritos e com margens para compreensão e entendimento da forma mais subjetiva possível, emperrando o dinamismo e velocidade. Características imprescindíveis ao mundo empresarial, uma vez que não é o grande que engole o pequeno, mas o ágil que supera o lento.

Estupefato fico quando vejo em uma fiscalização ou auditoria, uma Não Conformidade lavrada justificando que um registro não possui um campinho (quadradinho) que evidencia a situação tal. Mesmo que esteja evidenciado de outra forma. Assombrado fico quando vejo um profissional não entender que embora uma calibração seja realizada anualmente, o monitoramento tem que ser realizado em menor tempo a fim de garantir que não conformidades potenciais sejam identificadas e evitar que produtos fora do especificado sejam encaminhados de forma não intencional ao cliente.

Lembro-me de um tempo, quando ainda recém-formado, ouvi um profissional dizer o seguinte: “Só pode comandar, quem um dia executou”. Pois bem, hoje adapto: “só pode fiscalizar ou auditar, quem um dia executou”. Isso significa que se você não viver na pele, não tiver empatia e não tiver vivência, todo o seu conhecimento meramente teórico e burocrático não serve pra nada. A não ser para emperrar e tirar a competitividade de empresas honestas que ainda fazem parte deste país tão sacrificado pela corrupção.

Acreditamos nas Instituições! Temos excelentes profissionais, mas está na hora de uma reciclagem. Colocar um crivo mínimo de conhecimento profissional sobre a atividade que se executará. Tornar a máquina profissional, agregadora de valor e orientadora. Não a punidora da vírgula que foi colocada em local diferente, não a segregadora que puni aquele que fez uma opção mais dinâmica e inovadora diferente do retrógado e burocrático.

Não por meus pais, pelos meus filhos, pela tiazinha do café… Mas, por um País competitivo, por empresas com alta produtividade, por servidores públicos capacitados e qualificados e principalmente por um País bem gerido!

Sérgio Cintra Feijó – Consultor em Gestão Empresarial, Palestrante, Conferencista e Professor em Diversos MBA’s no Brasil. Sócio Diretor da elos – Conexão Empresarial.

www.elosempresarial.com.br  – sergio@elosempresarial.com.br

Elos Conexão EmpresarialPor em 16 outubro, 2017