O Empreendedorismo da Crise!!

Indicadores sobre a taxa de desemprego evidenciam claramente a situação do Mercado de Trabalho brasileiro. Alarmantes são outros indicadores, demonstrando a degradação de toda uma estrutura fragilizada. E a nós? Compete o que?

Quando afirmo que quem gera riqueza é a empresa, em especial, refiro-me à Indústria, quero reafirmar que a matemática é simples! Vejamos: se passamos a dirimir melhor a arrecadação de impostos e investir em infraestrutura (especialmente Logística), criamos condições de investimentos por parte das empresas. Criar condições de investimentos significa redução de carga tributária por conta da correta distribuição e aplicação de impostos. Criando estas condições de investimentos, o crescimento da produção é inevitável, criação de postos de trabalho e contratações (não somente pontual para a indústria, mas a todos dentro da cadeia de suprimentos e produção); gerando empregos, então se reduz a pobreza. Pessoas empregadas consomem. E com o poder aquisitivo melhor, consomem mais e obrigam as empresas a produzirem mais. Produzindo mais, estas empresas pagam mais impostos (diga-se aqui em termos de volumes de arrecadação) e o Governo continua a ter o caixa saudável para reinvestimentos nos serviços de sua obrigação.

Esta matemática é simples assim! No entanto, a recessão econômica (o avesso do que se deseja), divulga números crescentes de abertura de empresas. Falso crescimento.

É a alternativa de sobrevivência que muitos encontram como saída para escapar da fome, das dívidas e do sofrimento. Se fossemos quantificar isso verdadeiramente, a abertura seria muito maior, pois a grande maioria vive da informalidade, escapando da pesadíssima carga tributária brasileira.

Afinal, a pessoa que fabrica seus docinhos em casa e os vende na porta das escolas e das empresas, ou aquele que comprou certa quantidade de roupas em condições mais baratas e as vende em seu porta malas do carro como vitrine na frente dos hospitais… pense… é ou não é um empreendedor. Um empreendedor que nasceu da crise.

É certo que temos histórias de pessoas que começaram sua história como empreendedores, exatamente com origem em crises econômicas institucionais ou mesmo pessoais e que mediante uma grande dose de esforço, trabalho e coragem, conseguiram chegar à níveis nunca antes sonhados. Mas, será que esta geração que nasceu em meados dos anos 80 e a partir dos anos 90 do século passado, sabe o que é uma crise? Sabe como lidar com isso?

Esse será o termômetro para identificar uma nova geração que poderá fazer a partir daí o velho ditado ser uma máxima verdadeira ou não: “em terra de cego, quem tem um olho…”. E porque será um termômetro? Aquele que estiver mais preparado e tiver mais coragem e garra, poderá ser um destaque dentre tantos que sofrerão diante dos resultados de uma década inteirinha perdida.

O empreendedorismo da crise será um divisor de águas para aqueles que se lançarão num mundo corporativo que poderá mudar a história desse País!

Sérgio Cintra FeijóPor em 19 julho, 2016