A Eterna Dúvida: Produção ou Qualidade?

Por mais que muitos duvidem, essa dúvida chega a ser motivo de desavenças e de terapias em grupo com muitos profissionais da Área de Gestão da Qualidade. Parece engraçado? Você não imagina quantas coisas essa turma coloca pra fora quando estão reunidos entre os seus. Resolve? Não. Somente alivia o desespero, uma vez que descobrem que em vários lugares os problemas e dificuldades são os mesmos, apenas muda o nome e o endereço.

Mas… que dúvida é essa? Na forma mais antiga de gestão, a pressão por resultados está direcionada não para a qualidade e sim da quantidade, ou seja, quantidade produzida. É o gerente ou diretor de produção querendo fazer X toneladas, a fim de bater o seu recorde de produção e o gerente ou diretor de Gestão e Controle de Qualidade, querendo barrar uma quantidade X de produtos considerados Não Conformes, ou seja, que não atendem ao especificado pelo cliente e que certamente retornarão. E assim, um reclama do outro, o outro do um e o tempo passa na Área Operacional. O que significa isso? Que não entendem nada de produtividade. Produção é uma coisa e produtividade é outra. Fazer grandes quantidades, não importando as variáveis de controle de qualidade é produção. Produtividade é produzir mais com os mesmos recursos e com qualidade do produto no mínimo a requerida pelo Cliente.

Isso significa que quando existem padrões definidos, erra-se menos. Aliás, uma frase muito boa dita incansavelmente nas empresas que já determinaram a qualidade de seus processos é: “Quem faz certo, faz da primeira vez”.

E como se consegue isso? Definem-se especificações de matéria-prima, de produto, de serviços e de processos. Elaboram-se procedimentos e registros para controles. E por fim, treino, treino e treino. Cria-se cultura e conhecimento. Errando-se menos, haverá menos retrabalho, menos reprocesso, menos devoluções, menos informações erradas, menos problemas de comunicação e tantas outras vantagens, que o tempo de trabalho se torna racional e acaba-se fazendo mais com menos. Custos de operações diminuem e a margem aumenta, melhorando a rentabilidade.

Quer dizer: dá pra pensar em lucro só com produção? Dá pra pensar em rentabilidade só com qualidade de produto e serviço? Claro que não!

As duas são como siamesas! Precisam uma da outra e o todo é quem ganha!

É assim que se faz dinheiro com a Qualidade dos Processos ou Gestão da Qualidade. Não pode ser um quadro bonito com o Certificado na parede ou um monte de papel.

Portanto, reforço aqui a dica: estabeleça os indicadores que podem evidenciar como estão os resultados dos seus processos. Meça, gerencie, tome ações e colha os frutos de uma gestão sob controle!!!

Sérgio Cintra FeijóPor em 10 agosto, 2016