O Último ELO da Cadeia

O Último ELO da Cadeia!!!  Como o GMP Plus mudará por completo as relações comerciais de todas as empresas da CADEIA PRODUTIVA e de SUPRIMENTOS.

Esquisito não é? Começar um pequeno texto com um título como esse! Dá até a impressão de que é o último capítulo de uma saga, parecido com aqueles episódios de séries de época que invadiram a TV a Cabo.

Até poderia ser comparado de forma análoga a ideia de que o assunto que trataremos está em desenvolvimento há tempos e que agora ganhou tanta força em nível mundial, que é impossível dizer “estou fora” (lógico que dependo do tipo de negócio da sua empresa), e que está chegando ao fim o processo de implantação de todos os participantes da cadeia, ou seja, não haverá mais exceções.

Do que estamos falando? Do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar GMP + ou GMP Plus.

Primeiramente é importante recordar, principalmente àqueles que desconhecem (perdoe-me pelo atrevimento), mas explicar em breves palavras o que é esse Sistema de Gestão.

Conhecido como Sistema de Gestão de Segurança Alimentar tem como base requisitos de padrões de referência diversos, como se fosse um grande mosaico, onde se consideram o desenvolvimento, implantação e efetividade dos principais requisitos de gestão que possam garantir sistemicamente a participação de cada ELO da Cadeia, devidamente administrados e evidenciando a efetividade de cumprimento do estabelecido. No bom e velho português significa que existem requisitos estabelecidos e que devem ser cumpridos e somente através de evidências objetivas (provas e contraprovas) é que se garante que a empresa tem um Sistema implantado, efetivo e reconhecido.

O hall de empresas certificadas no Brasil ainda é muito seleto. E por que isso? Porque muitas empresas não acompanham ou não tem acesso às informações em nível estratégico internacional ou são mal assessoradas e acabam perdendo várias oportunidades de negócios por conta desse distanciamento das informações. Mas, vamos tentar colocar de uma maneira prática a aplicabilidade desse sistema.

Esse sistema é composto por diversos requisitos, como comentei anteriormente, que compõem diversas outras normas de padrão de referência internacional, tais como: ISO 9001, APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), Boas Práticas de Fabricação e NR’s (normativas) do Governo de cada país envolvido.

Estas normas fazem parte de um Grupo de aplicabilidade chamada “feed”, ou seja, alimentação animal e são aplicáveis à grãos (milho), farelo de soja, ração animal e outros ingredientes que integram à alimentação animal.

E como está o movimento mundial para uso e aplicabilidade destas normas? Você se lembra da “gripe suína”, “gripe aviária”, “vaca louca” e outras??? Pois bem, desde aquela época, a Europa iniciou um movimento para garantir às condições mínimas necessárias de qualidade e segurança alimentar sobre os produtos que integram à fabricação destes produtos. Mas, somente a fabricação não era o suficiente. Do que adianta melhorar as condições de fabricação e as de movimentação, manuseio, armazenamento e as demais, não?

Um produto pode sair de uma fábrica com um padrão maravilhoso de qualidade e segurança alimentar e ser contaminado num container, num armazém de terceiro, num navio e outros tantos outros participantes. Ou mesmo uma matéria-prima ser considerada “conforme” ao sair do seu produtor e ao ser transportada num caminhão ou vagão de trem, cujas condições de higiene e limpeza não são as adequadas e por conta disso ser objeto de contaminação por salmonella. E considere que possivelmente esta fábrica que recebeu a matéria-prima não tenha os processos implantados e devidamente monitorados. Ou seja, sem condições de eliminar uma possível contaminação ou até mesmo de resgatar os registros que evidenciam que a contaminação não ocorreu em seus processos.

Diante disso, qual é confiança comercial que podemos ter nesta empresa? Imagine você como executivo de uma empresa importadora de matérias-primas ou mesmo ração animal e precisando garantir a saúde e integridade da vida dos animais, que posteriormente serão alimentação humana… você teria coragem de comprar essas matérias-primas ou produtos sem a comprovação de que estão livres de contaminação?

Ah, mas isso não quer dizer realmente que os produtos são 100% íntegros. Sim, exatamente. Mas, garante rastrear toda a cadeia de participantes e descobrir onde houve a ocorrência. E exatamente no elo onde houve a ocorrência executar uma investigação de causa e aplicar uma ação corretiva para que não volte mais a ocorrer.

Isso exemplifica a responsabilidade para com o Cliente, diante do especificado pelo mesmo, também demonstra o profissionalismo da empresa em padronizar seus processos para melhoria, redução de custos e eliminação de despesas, abertura de novos mercados e fortalecimento da imagem junto às empresas que ainda estão fazendo parte de seleto grupo.

E por que estamos falando de “o último Elo da Cadeia”? Porque fabricantes, empresas de manuseio e armazenamento / transbordo, transportes ferroviários, fluviais e marítimos, todas são obrigadas a terem seu sistema de segurança alimentar implantado e devidamente certificado, segundo a Norma GMP Plus. O ELO mais recente a ser obrigado a se certificar é de Laboratórios que executam os testes e análises das matérias-primas e produtos acabados nesta cadeia, cujo prazo finda-se em janeiro de 2020. A partir daí, caso não estejam em conformidade com o requerido, certamente estes laboratórios deixaram de atender às empresas que precisam trabalhar com laboratórios certificados, o que realmente trará uma redução da carteira de clientes e atingirá diretamente a saúde financeira deste elo.

E qual é o último ELO? O último ELO da Cadeia a ser obrigado a se certificar será o transporte rodoviário.

Embora ainda não seja obrigatório pelo GMP Plus na América Latina (na Europa já é), algumas empresas já estão cobrando que empresas de transporte rodoviário passem a implementar este sistema de gestão sob este padrão.

As empresas de transporte rodoviário devem implantar enquanto não for obrigatório? Certamente não! Aliás, nem depois da obrigatoriedade. No entanto, a decisão de continuar vendendo os serviços e se manter competitivo no Mercado, atendendo a este nicho, cuja maneira de trabalhar está mudando e a sistematização de seus processos é um caminho sem volta, é de cada um!

Por outro lado, visão de negócios e liderança de Mercado é fruto de iniciativas e sabemos que quem sai na frente sempre será referência. Por isso, algumas empresas de transporte rodoviário começaram a se antecipar. Sim, o termo é este: “ANTECIPAÇÃO”. Primeiro porque sabemos que este último ELO da cadeia deverá ser obrigatório daqui a cerca de 2 (dois) anos. E em segundo lugar, porque você já imaginou a sua empresa fazer parte de hall seletivo nesta cadeia como sendo a primeira ou uma das primeiras empresas certificadas na América Latina, independente da obrigatoriedade de implantação e certificação?

Marketing, Estratégias Comerciais (prolongamento da relação comercial), Relacionamento com o Cliente (fidelização) e tantas outras ferramentas, você e sua equipe sabem usar?

Termos e certificados pendurados na parede são o que traz o questionamento sobre o custo benefício de uma gestão profissional e de visão de longo alcance e antecipação. De nada serve tudo isso, se a equipe gestora não tem este perfil, se a equipe gestora ainda trabalha sob métodos arcaicos e ultrapassados, criando resistências às mudanças e às transformações que são a única certeza que temos.

E, então… Você quer que a sua empresa seja conhecida e reconhecida como pioneira e lhe traga resultados com base na inovação e empenho, ou, conhecida como uma empresa que era tão boa e tanta gente tinha vontade de trabalhar lá, mas que infelizmente acabou porque não acompanhou as mudanças de Mercado?

Think about it!!!

Sérgio Cintra Feijó – Consultor em Gestão Empresarial, Palestrante, Conferencista e Professor em Diversos MBA’s no Brasil. Sócio Diretor da Elos – Conexão Empresarial.

Elos Conexão EmpresarialPor em 12 julho, 2019